ÁGUA : O ESTRESSE
HÍDRICO CHEGA AO BRASIL...
A água é o recurso natural mais
abundante do planeta. De maneira quase onipresente, ela está no dia a dia dos 7
bilhões de pessoas que habitam o planeta. Mas o recurso mais fundamental para a
sobrevivência dos seres humanos enfrenta uma crise de abastecimento. ESTIMA-SE
QUE CERCA DE 40% DA POPULAÇÃO GLOBAL VIVA HOJE SOB A SITUAÇÃO DE ESTRESSE
HÍDRICO. Essas pessoas habitam regiões onde a oferta anual é inferior a 1 700 metros cúbicos de água por habitante,
limite mínimo considerado seguro pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Embora o Brasil seja o primeiro país
em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado
comprometem esse recurso em várias regiões do País.
Mesmo
repleto de rios, mares e oceanos, nosso planeta tem disponível apenas cerca de
2,5% a 3% de água doce, isto é, água propícia para o consumo
de cerca de 7 bilhões de seres humanos. Estes percentuais seriam suficientes
para abastecer toda a população global, mas há um problema: água doce é um recurso natural que não se
distribui igualmente e boa parte é de difícil acesso (localizada em rios,
lagos, geleiras e aquíferos). ABUNDANTE
EM ALGUNS PAÍSES, ESCASSO EM OUTROS, é usado intensamente pela agricultura,
indústria e em atividades domésticas – só que de forma cada vez mais
insustentável.
Além das razões acima, ainda se pode acrescentar os desequilíbrios
ambientais (poluição dos rios, seca, enfraquecimento dos lençóis freáticos,
etc.), o desperdício e a má distribuição da água por parte dos órgãos gestores.
QUANDO A DEMANDA POR ÁGUA DE UM NÚMERO
DE HABITANTES E O CONSUMO MÉDIO POR HABITANTE SUPERA A OFERTA, OU SEJA, A
QUANTIDADE E A CAPACIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA EXISTENTE, UMA DETERMINADA
CIDADE OU REGIÃO, ESTÁ CARACTERIZADA UMA SITUAÇÃO DE ESTRESSE HÍDRICO.
O
estresse hídrico pode limitar (e limita) o crescimento econômico, restringindo
atividades empresariais e agrícolas. E também afeta a capacidade de produzir
alimentos suficientes para alimentar as populações.
Em breve o
mundo atingirá a marca de 9 bilhões de pessoas, 2 bilhões a mais que temos
hoje. Se apenas um terço deste total
adotar padrões de consumo de uma pessoa da classe média, será necessário
produzir 50% a mais de alimentos, a oferta de energia terá de crescer 45% e o
consumo de água aumentará 30%: a pressão sobre os recursos naturais do planeta
se tornará insustentável. E, nada sendo feito para mudar padrões de consumo,
dois terços da população global poderão sofrer com escassez de água doce até
2025, de acordo com a ONU.
O ESTRESSE DA ÁGUA NO BRASIL
: ESCASSEZ NA ABUNDÂNCIA
O BRASIL, RICO NESTE RECURSO NATURAL - DETÉM CERCA DE12% DO TOTAL
DAS RESERVAS DE ÁGUAS DOCES DO PLANETA -, já sente os reflexos da escassez.
Aqui as condições de acesso são desiguais: a
região hidrográfica Amazônica (Norte e Centro-Oeste) equivale a 45% do
território nacional e detém 81% da disponibilidade hídrica. As regiões
litorâneas (Sul, Sudeste e Nordeste), que respondem por apenas 3% da oferta
nacional, abrigam 45% da população do país. EM OUTRAS PALAVRAS, ONDE SE
CONCENTRAM CADA VEZ MAIS BRASILEIROS, HÁ CADA VEZ MENOS ÁGUA, ESSA É UMA BOA
FÓRMULA PARA O ESTRESSE HÍDRICO: MAIS
GENTE ONDE HÁ MENOS ESSE RECURSO.
EMBORA O BRASIL SEJA O PRIMEIRO PAÍS EM DISPONIBILIDADE HÍDRICA EM
RIOS DO MUNDO, A POLUIÇÃO E O USO INADEQUADO COMPROMETEM ESSE RECURSO EM VÁRIAS
REGIÕES DO PAÍS. NAS CIDADES, OS PROBLEMAS DE ABASTECIMENTO ESTÃO DIRETAMENTE
RELACIONADOS AO CRESCIMENTO DA DEMANDA, AO DESPERDÍCIO E À URBANIZAÇÃO
DESCONTROLADA – QUE ATINGE REGIÕES DE MANANCIAIS. NA ZONA RURAL, OS RECURSOS
HÍDRICOS TAMBÉM SÃO EXPLORADOS DE FORMA IRREGULAR, ALÉM DE PARTE DA VEGETAÇÃO
PROTETORA DA BACIA (MATA CILIAR) SER DESTRUÍDA PARA A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES
COMO AGRICULTURA E PECUÁRIA.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), dos 29
maiores aglomerados urbanos do país, 16 precisam buscar de novas fontes de água
para garantir o abastecimento nos próximos anos.
O
ESTRESSE HÍDRICO NÃO SE LIMITA À ESCASSEZ DE ÁGUA.
Saneamento
também é uma causa. O consumo humano exige que a água seja limpa e tratada, mas
o crescimento das cidades destrói fontes
de água (mananciais). As águas superficiais - água que não penetra no subsolo,
correndo ao longo da superfície do terreno, e acabando por entrar nos lagos ou
rios - são poluídas pelo lançamento de esgoto, poluentes industriais e até
mesmo venenos usados em larga escala na agricultura. No Brasil, 73% dos municípios são abastecidos com águas superficiais,
sujeitas a todo tipo de poluentes.
A
CONCENTRAÇÃO URBANA TEM SIDO SINÔNIMO DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL.
Até mesmo as águas profundas são atingidas pela degradação e da exploração em
excesso: a falta de saneamento adequado na região Nordeste, por exemplo, fez
com que o esgoto alcançasse poços. Um grave problema, se considerarmos que nos
últimos anos, ocorreu um aumento significativo no consumo de água subterrânea
no país.
AGRAVA
A SITUAÇÃO, UMA POLÍTICA PÚBLICA DE SANEAMENTO BÁSICO QUE TEM SE MOSTRADO
IRREGULAR E DEFICIENTE, EM TODAS AS ESFERAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (FEDERAL,
ESTADUAL E MUNICIPAL).
O estresse hídrico é, portanto, maior
nas regiões que concentram maior população, não necessariamente nas mais secas.
Hoje, as áreas urbanas consomem 60% da água doce do planeta e, se confirmadas
as projeções da ONU, até 2050, 70% da população mundial estará concentrada em
grandes cidades, causando maior pressão a um sistema agora já está à beira da
insustentabilidade.
DIANTE
DESTE CENÁRIO, É IMPORTANTE QUE O MÁXIMO DE CONSCIÊNCIA SOBRE O ESTRESSE
HÍDRICO SE TRANSFORME EM ATITUDES DE MENOS DESPERDÍCIO E DE CUIDADO COM A ÁGUA.
AGINDO DESTA MANEIRA, TODOS ESTARÃO COLABORANDO PARA QUE TENHAMOS ESTE RECURSO
EM QUANTIDADE SUFICIENTE, GARANTINDO UMA VIDA DIGNA E SAUDÁVEL ÀS PRÓXIMAS
GERAÇÕES E A TODO O PLANETA. E VOCÊ O QUE PODE FAZER PARA
ECONOMIZAR ÁGUA?
ESCOLA MUN. IRMÃ
MARIA AMÁLIA – 8º ANO – 1º BIMESTRE 2015 – GEOGRAFIA –PROFESSORA MARIZETE
CAJAÍBA
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